sexta-feira, 29 de outubro de 2010

“Não tenho partido político, sou contra o aborto e a favor da vida”, afirma Dom Bergonzini


SÃO PAULO, 25 Out. 10 / 02:14 pm (ACI).- Em uma recente entrevista à Revista Veja, aparecida no blog do jornalista católico Reinaldo Azevedo, o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini afirma ter sido “agredido por militantes do PT”, que, há dez dias, “fizeram um escarcéu” junto à casa do prelado “às duas da manhã, com palavrões e rojões”. “Cheguei até a ser ameaçado”, explica Dom Bergonzini, que também advertiu na entrevista que “ninguém pode botar um cadeado, uma mordaça, na minha boca. Podem apreender um papel, mas nada altera minhas convicções”.

A entrevista, como explica Reinaldo Azevedo, foi dada no contexto da liminar concedida pelo ministro Henrique Neves, do TSE, que permitiu à polícia federal apreender o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminação do aborto. A impressão do texto foi encomendada por Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos.

Diante disto, Azevedo denunciou que “o PT tentou acusar uma espécie de conspiração, afirmando que se tratava de uma iniciativa do PSDB, já que uma das sócias da gráfica Pana é filiada ao partido. Os petistas só se esqueceram de informar, como noticiou este blog, a empresa imprimiu material de campanha para outros partidos - inclusive para o PT. Num deles, uma central sindical exortava seus filiados a votar em Dilma, o que é ilegal”.

Na entrevista, o bispo de Guarulhos esclareceu que foi ele quem realmente encomendou a impressão do texto, não o PSDB. Dom Luiz revela também que os petistas tentaram intimidá-lo. 

Na entrevista o repórter da Veja perguntou se foi Dom Bergonzini quem decidiu imprimir dois milhões de cópias do “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”. Diante da interrogante, o bispo respondeu afirmativamente e afirmou que fez “isso para tornar conhecida a minha posição política em defesa da Igreja e da vida. Essa publicação visava justamente defender a vida de seres humanos que não pediram para nascer e não têm condições de se defender. Trata-se de um documento oficial, assinado por três bispos. Não era um panfleto. É um documento autêntico da igreja”.

Ao ser perguntado se ele se sentiu censurado com a apreensão dos folhetos, o bispo respondeu:
“Claro que sim! Foi um ato totalmente antidemocrático, uma agressão à minha pessoa. Afinal de contas, eu tinha autorizado a publicação. Essa cassação impediu não só a impressão do documento como sua distribuição. Sinto que fui perseguido. O governo fala tanto em liberdade de expressão, mas esta apreensão foi um atentado a um princípio constitucional. A minha opinião foi censurada”.

Na seguinte pergunta a Revista indagou se o bispo “defende explicitamente que os fiéis não votem em Dilma Rousseff”. Em sua resposta, Dom Luiz asseverou: “Minha recomendação é essa por causa das idéias favoráveis ao aborto que ela tem. Em 2007, numa entrevista, ela chegou a dizer que era um absurdo a não-descriminalização do aborto no Brasil. Então ela é favorável a isso. Agora, depois do primeiro turno, ela se manifestou muito religiosa, se dizendo contra o aborto e contra a união de pessoas do mesmo sexo. Quer dizer: tudo aquilo que atrapalhou a sua eleição no primeiro turno, ela tirou da campanha. Você pode confiar numa pessoa que assume posições contraditórias? Ninguém muda de idéia deste jeito. O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício. Ela não é confiável”.

Sobre os “indícios veementes” de participação do PSDB nas encomendas dos folhetos, como foi levantado pelo PT, Dom Luiz esclareceu que “em circunstância nenhuma eu agi de acordo com orientações partidárias”.
“Eu falei, repito, assino e afirmo: “Não tenho partido político”. Eu sou um ser político, sim, mas não partidário. Se tomei partido nesta eleição, não foi a favor do PSDB, foi contra o PT e a Dilma. As razões são claras: sou contra o aborto e a favor da vida. Não fui procurado por partido político nenhum! Fui apenas agredido por militantes do PT, que, há dez dias, fizeram um escarcéu debaixo da minha janela, às duas da manhã, com palavrões e rojões. Cheguei até a ser ameaçado”.

Dom Luiz, explicou estas ameaças em sua entrevista dizendo que recebeu cartas anônimas.  “Uma delas dizia: “O Celso Daniel foi assassinado, tome cuidado”. Fiz um boletim de ocorrência por causa disso, mas não tenho medo. Se fizerem qualquer coisa contra mim, será um tiro no pé. Será pior para eles”, declarou o bispo.

Ao ser perguntado se é papel de um bispo se posicionar politicamente, o prelado afirmou que “o papel do bispo é orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral. Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro. Foi o que fiz. Tenho todo o direito - e o dever - de agir do modo que agi. Não me arrependo de ter falado o que falei. Faria tudo de novo! Se surgir um candidato que seja contra os princípios morais, contra a dignidade humana e contra a liberdade de expressão, irei me levantar de novo”.

Finalmente, ao ser questionado se irá continuar distribuindo documentos similares aos apreendidos?
Dom Bergonzini afirmou que “se a Justiça liberar, vou”.
“De qualquer forma, vou continuar manifestando minha opinião. Ninguém pode botar um cadeado, uma mordaça, na minha boca. Podem apreender um papel, mas nada altera minhas convicções”.

Na quarta feira dia 20 de outubro de 2010, a Mitra Diocesana de Guarulhos entrou com um recurso para liberar o material apreendido irregularmente pela campanha do Partido dos Trabalhadores. O recurso afirma que o material foi encomendado pelo Bispo de Guarulhos, que é documento oficial da Igreja Católica, que as informações veiculadas são verídicas e denunciam, com base em ampla documentação, o envolvimento internacional do Partido dos Trabalhadores com a promoção do aborto no Brasil, e o fundamento jurídico para a divulgação do material nada mais é do que o direito à liberdade de expressão assegurado pela Constituição a todos os brasileiros.

O andamento do processo pode ser acompanhado no site do Tribunal Superior Eleitoral (http://www.tse.gov.br), no seguinte endereço, digitando, no espaço a preencher, o número do processo 352620: http://www.tse.gov.br/internet/home/acompanhamento.htm?comboTribunal=tse&siglaTribunal=tse&nomeTribunal=TSE&acao=pesquisarNumProcesso&tipoPesquisa=divProcesso&numProcesso=

Assim, membros do Movimento em Defesa da Vida (MDV) lançaram uma campanha pedindo a todos os cidadãos que escrevam, muito respeitosamente, à corregedoria geral eleitoral do tribunal superior eleitoral, no sentido de pedir que a sentença seja dada o mais rapidamente possível.
Os correios eletrônicos podem ser enviados aos endereços:

cge@tse.gov.br; cge@tse.jus.br;

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PT declara guerra à Igreja Católica



O sítio petista "Onda vermelha: PT + 20 anos no poder" declarou guerra explícita à Igreja Católica. O título do artigo postado em 18 de outubro de 2010 é "A Igreja é contra o PT, vamos combatê-la". Ele faz louvores ao companheiro Hugo Chávez, que controla a Igreja na Venezuela e prossegue dizendo:
O PT já está processando a Diocese de Guarulhos (SP) por conta da tentativa de interferir no processo eleitoral, mandando imprimir panfletos que denigrem nosso partido e nossa candidata. Não podemos permitir esse tipo de abuso, e faremos o combate de todas as maneiras possíveis. Precisamos continuar pressionando o comando do partido, dito moderado, para que continue defendendo os valores que historicamente são bandeiras do PT.
A perseguição religiosa em Guarulhos lembra a dos primeiros cristãos pelo Império Romano. Uma milícia de petistas, por sua própria conta, resolveu intimidar e constranger o dono de uma gráfica pelo simples fato de ter aceitado imprimir o panfleto "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", elaborado pela Comissão de Defesa da Vida do Regional Sul 1 e aprovado pela Comissão Regional Representativa do Conselho Episcopal Sul 1 da CNBB, com a assinatura de Dom Nelson Westrupp (presidente), Dom Benedito Beni dos Santos (vice-presidente) e Dom Airton José dos Santos (secretário geral). Os militantes abordaram o pobre homem, crivaram-no de perguntas, trataram-no como se fosse um criminoso apanhado em flagrante, pediram-lhe documentos e informações, num ato típico de constrangimento ilegal. A perseguição, que evoca a KGB soviética ou a Gestapo nazista, é exibida com orgulho por um vídeo produzido pela "TV PT": 


Os petistas tem razão de temer a publicação do "Apelo". Ele contém fatos (contra os quais não há argumentos) que comprovam o nexo indissolúvel entre o PT e a causa abortista, assim como a radical incompatibilidade entre esse partido e a causa pró-vida. Na impossibilidade de negar os fatos, resta apelar para a violência. Foi o que que eles fizeram. O panfleto é legítimo, de modo algum é apócrifo (traz a assinatura de três Bispos) e não pode ser classificado como "propaganda eleitoral". É uma advertência moral aos católicos, feita em um momento eleitoral. Os Bispos não têm culpa pelo fato de o PT estar tão intimamente ligado a um atentado direto à vida inocente. De qualquer forma, a Igreja não pode calar-se diante de quem quer que defenda o aborto, seja o PT, seja outro partido ou candidato. A legitimidade do panfleto e a ordem de prosseguir com sua distribuição é esclarecida e assegurada pelo Bispo de Lorena Dom Benedito Beni dos Santos: 


Eis a transcrição de sua belíssima fala:
Sou Dom Benedito Beni dos Santos, Bispo de Lorena. Estou gravando esta mensagem no dia 18 de outubro do presente ano.
A Igreja no Brasil há décadas vem lutando em prol da defesa da família e do respeito a seus direitos. A mobilização contra a descriminalização e a legalização do aborto faz parte dessa luta.
A questão do aborto tornou-se tema importante na campanha política em preparação para as eleições deste ano, primeiro e segundo turno.
Além da CNBB nacional, Assembléia e Presidência, os Bispos do Estado de São Paulo chamaram a atenção sobre a importância do tema do aborto como parte da discussão em preparação para as eleições. Na Assembléia Ordinária do Episcopado Paulista, realizada entre os dias 29 e 30 de junho e 1º julho deste ano, aprovaram uma espécie de Dez Mandamentos para VOTAR BEM.
O terceiro mandamento diz o seguinte:
Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até a morte natural”.
No dia 26 de agosto deste ano, a Comissão Episcopal Representativa do Conselho Episcopal Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo) emitiu uma nota em favor do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1. Eis o teor da nota:
A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “VOTAR BEM”, acolhem e recomendam a ampla difusão do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1”.
Assinam a nota Dom Nelson Westrupp (presidente), Dom Benedito Beni dos Santos (vice-presidente), Dom Airton José dos Santos (secretário geral).
O “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, cuja difusão ampla é recomendada pelos Bispos, cita fatos concretos em que o governo brasileiro e o Partido dos Trabalhadores propõem a descriminalização e a legalização do aborto durante todos os nove meses da gravidez. Trata-se do substitutivo do PL 1135/91 apresentado pelo atual governo em 2005 e ainda tramitando no Congresso. O “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” termina deste modo: “RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, [...] deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.
Portanto, o “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1, é um texto legítimo e não falso. Contém fatos e não boatos. É expressão legítima da cidadania democrática.
Os Bispos do Estado de São Paulo, reunidos em Assembléia das Igrejas, neste 16 de outubro, fizeram um alerta com respeito a folhetos que estão sendo distribuídos sem a aprovação da legítima autoridade diocesana. Este não é o caso do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado em vista do primeiro e do segundo turno das eleições. Na Diocese de Lorena estes folhetos continuam sendo distribuídos nas 31 paróquias. Não se trata de interesse partidário ou ideológico, mas da defesa da vida através de instrumentos legítimos da expressão da cidadania e, portanto, de participação na promoção do bem comum da nação. As pessoas que estão divulgando o documento fizeram apenas o que nós, Bispos, lhes pedimos.
As informações do “APELO” são fatos amplamente documentados. Contra fatos, não há argumentos. Os fatos, pois, são a parte mais importante do “APELO”.
A sua divulgação é legítima. Esses fatos devem chegar ao conhecimento do povo e devem continuar a ser divulgados o mais amplamente possível.
Recomendo isso sobretudo à Diocese de Lorena, que presido.
(fim da transcrição)

EIS O PANFLETO QUE ATERRORIZOU O PT



PORQUE ESSE FOLHETO NÃO CARACTERIZA PROPAGANDA ELEITORAL 


Resolução 23191 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe sobre a propaganda eleitoral e as condutas vedadas em campanha eleitoral. Segundo essa norma, a propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, "mencionará sempre a legenda partidária" (art. 5º). Em se tratando de folhetos, eles devem ser editados "sob a responsabilidade do partido político, da coligação ou do candidato" (art. 13). 
Ora, os Bispos não são candidatos nem constituem um partido político. Seriam eles obrigados a guardar silêncio se algum Partido, abusando da pluralidade de opinião, defendesse a confinação de deficientes em campos de concentração, como ocorreu na era nazista? E serão eles obrigados a ficar mudos quando um Partido oficialmente defende a descriminalização do aborto como algo obrigatório a ser acatado pelos seus candidatos?
A defesa da vida é uma questão moral, à qual os Bispos não se podem esquivar. Os católicos devem votar conscientes dos fatos amplamente expostos e documentados no "APELO". Daí a necessidade da "ampla difusão" desse folheto. 
Seria absurdo se a lei obrigasse os Bispos a divulgar tais afirmações apenas sob o patrocínio de um partido, coligação ou candidato. Aí sim, a Igreja se veria constrangida a ficar envolvida diretamente em campanha eleitoral, desnaturando o seu caráter de "católica", isto é, universal. 
Não constituindo propaganda eleitoral, o folheto é de distribuição livre. Não é anônimo (o que é proibido pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso IV), mas traz a assinatura de três Bispos.

"BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS QUANDO VOS PERSEGUIREM..." (Mt 5,11)

Ao resolver perseguir os Bispos e demais fiéis que distribuem o "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", o PT acabou cometendo o mesmo erro que cometeu Jandhira Feghali nas eleições de 2006. Naquela época, a candidata comunista (PC do B) ao Senado já se imaginava eleita e planejando o que faria como senadora. Apavorada com a distribuição de um folheto que informava sua atuação pró-aborto, ela recorreu ao TRE-RJ e acusou a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele obteve que fiscais, no dia 21/09/2006, cumprindo um mandado de busca e apreensão, invadissem a Mitra Diocesana, inclusive o gabinete do Cardeal Dom Eusébio Scheid, em busca dos supostos panfletos. Nada foi encontrado, uma vez que a Arquidiocese não era autora da publicação. No dia 25/09/2006, o Cardeal recebeu uma intimação para guardar silêncio sobre qualquer “referência político-ideológica”. Essa liminar foi cassada no mesmo dia pelo colegiado do TRE. No dia 1º/10/2006, contrariando o que previam as pesquisas, Jandira obteve apenas 37,54% dos votos válidos e perdeu para seu adversário Francisco Dornelles (PP/RJ), que ficou com 45,86% dos votos válidos.

 A perseguição sempre foi fonte de bênçãos para os cristãos. No presente momento, não se deve temer "os que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (Mt 10,28). Quanto mais o PT perseguir a Igreja, mais contribuirá para o mérito dos cristãos. Ele estará assim forjando sua própria derrota.
Convém que a perseguição ocorra - como já está ocorrendo - agora, ou seja, antes do dia 31 de outubro. Ela serve para dar ao povo uma pequena amostra do totalitarismo que se pretende instalar no país com a vitória de Dilma.
Nossa principal arma, porém, continua sendo a oração confiante e perseverante. Se permanecermos fiéis na recitação diária do Terço da Misericórdia às três horas da tarde e na recitação de um Rosário completo a cada dia, tudo o mais virá por acréscimo.
Uma mulher deve vencer esta eleição. Seu nome é Maria.
--
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
0 Anápolis GO
Caixa Postal 456 75024-9
"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

domingo, 17 de outubro de 2010

O DOPS do PT em ação: calaram opinião da CNBB Regional Sul1


Liberdade religiosa? Primeiro veio a blitz do PT; depois chegou a da PF

Leiam o que vai na Folha. Volto em seguida:

Na Folha Online:
A Polícia Federal apreendeu neste domingo cerca de 1 milhão de panfletos assinados por um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) recomendando voto contra a presidenciável Dilma Rousseff (PT) por conta da questão do aborto.

A apreensão em uma gráfica no bairro do Cambuci, região sudeste da capital paulista, foi determinada pelo ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Henrique Neves a pedido do PT. O processo corre em segredo de justiça. Os panfletos foram encomendados pela Mitra Diocesana de Guarulhos. Kelmon Luís Souza, católico ortodoxo, disse ontem que encomendou, desde setembro, 20 milhões de panfletos em gráficas de São Paulo a pedido da diocese.
Parte dos panfletos, que reproduz um “apelo a brasileiros e brasileiras” para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto, é assinado pela Regional Sul I da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), responsável pelo Estado de SP. Os papéis foram distribuídos no dia 12 de outubro, em missas em Aparecida (SP) e Contagem (MG).

(…)
A gráfica com 1 milhão de panfletos foi descoberta ontem pelo PT de São Paulo. De acordo com o contador da gráfica Paulo Ogawa, foram encomendados 2,1 milhões de panfletos nos dois turnos das eleições. A PF informou que foi feito um relatório sobre a apreensão, que será enviado ao ministro.

Regional Sul I 

Em nota, os bispos do Regional Sul I afirmaram que não patrocinam a impressão de panfletos contra e a favor de candidatos. Os bispos afirmam que não indicam ou vetam candidaturas.

Segundo a nota, assinada pelo presidente da regional, d. Nelson Westrupp, a entidade “recomenda, enfim, a análise serena e objetiva das propostas de partidos e candidatos, para que as eleições consolidem o processo democrático, o pleno respeito aos direitos humanos, a justiça social, a solidariedade e a paz entre todos os brasileiros.”
Comento

Sob o pretexto de evitar crime eleitoral, estamos diante, entendo, de uma óbvia agressão à liberdade religiosa. Os católicos têm o direito de orientar os seus fiéis, assim como Edir Macedo, o dono da Universal —  e concessionário de serviço público — orientou os dele. Qual é a calúnia, injúria ou difamação que vai na carta, que não é apócrifa coisa nenhuma?

Henrique Neves certamente será capaz de apontar o trecho onde viu algo além da liberdade religiosa. Estou ansioso para saber qual é.
PS - Mantive o termo “panfleto” porque não vou mudar a redação da Folha. E também a  expressão “católico ortodoxo”. Será que o repórter se refere à igreja do Oriente ou, por “católico ortodoxo” entende apenas um “católico convicto”?

Por Reinaldo Azevedo


http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/liberdade-religiosa-primeiro-veio-a-blitz-do-pt-depois-chegou-a-da-pf/

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lógica do abortismo

OLAVO DE CARVALHO | 14 OUTUBRO 2010 

ARTIGOS - ABORTO

Para o abortista, a condição de "ser humano" não é uma qualidade inata definidora dos membros da espécie, mas uma convenção que os já nascidos podem, a seu talante, aplicar ou deixar de aplicar aos que ainda não nasceram.
O aborto só é uma questão moral porque ninguém conseguiu jamais provar, com certeza absoluta, que um feto é mera extensão do corpo da mãe ou um ser humano de pleno direito. A existência mesma da discussão interminável mostra que os argumentos de parte a parte soam inconvincentes a quem os ouve, se não também a quem os emite. Existe aí portanto uma dúvida legítima, que nenhuma resposta tem podido aplacar. Transposta ao plano das decisões práticas, essa dúvida transforma-se na escolha entre proibir ou autorizar um ato que tem cinqüenta por cento de chances de ser uma inocente operação cirúrgica como qualquer outra, ou de ser, em vez disso, um homicídio premeditado. Nessas condições, a única opção moralmente justificada é, com toda a evidência, abster-se de praticá-lo.
À luz da razão, nenhum ser humano pode arrogar-se o direito de cometer livremente um ato que ele próprio não sabe dizer, com segurança, se é ou não um homicídio. Mais ainda: entre a prudência que evita correr o risco desse homicídio e a afoiteza que se apressa em cometê-lo em nome de tais ou quais benefícios sociais hipotéticos, o ônus da prova cabe, decerto, aos defensores da segunda alternativa. Jamais tendo havido um abortista capaz de provar com razões cabais a inumanidade dos fetos, seus adversários têm todo o direito, e até o dever indeclinável, de exigir que ele se abstenha de praticar uma ação cuja inocência é matéria de incerteza até para ele próprio.

Se esse argumento é evidente por si mesmo, é também manifesto que a quase totalidade dos abortistas opinantes hoje em dia não logra perceber o seu alcance, pela simples razão de que a opção pelo aborto supõe a incapacidade - ou, em certos casos, a má vontade criminosa - de apreender a noção de "espécie". Espécie é um conjunto de traços comuns, inatos e inseparáveis, cuja presença enquadra um indivíduo, de uma vez para sempre, numa natureza que ele compartilha com outros tantos indivíduos. Pertencem à mesma espécie, eternamente, até mesmo os seus membros ainda não nascidos, inclusive os não gerados, que quando gerados e nascidos vierem a portar os mesmos traços comuns. Não é difícil compreender que os gatos do século XXIII, quando nascerem, serão gatos e não tomates.
A opção pelo abortismo exige, como condição prévia, a incapacidade ou recusa de apreender essa noção. Para o abortista, a condição de "ser humano" não é uma qualidade inata definidora dos membros da espécie, mas uma convenção que os já nascidos podem, a seu talante, aplicar ou deixar de aplicar aos que ainda não nasceram. Quem decide se o feto em gestação pertence ou não à humanidade é um consenso social, não a natureza das coisas.
O grau de confusão mental necessário para acreditar nessa idéia não é pequeno. Tanto que raramente os abortistas alegam de maneira clara e explícita essa premissa fundante dos seus argumentos. Em geral mantêm-na oculta, entre névoas (até para si próprios), porque pressentem que enunciá-la em voz alta seria desmascará-la, no ato, como presunção antropológica sem qualquer fundamento possível e, aliás, de aplicação catastrófica: se a condição de ser humano é uma convenção social, nada impede que uma convenção posterior a revogue, negando a humanidade de retardados mentais, de aleijados, de homossexuais, de negros, de judeus, de ciganos ou de quem quer que, segundo os caprichos do momento, pareça inconveniente.
Com toda a clareza que se poderia exigir, a opção pelo abortismo repousa no apelo irracional à inexistente autoridade de conferir ou negar, a quem bem se entenda, o estatuto de ser humano, de bicho, de coisa ou de pedaço de coisa.
Não espanta que pessoas capazes de tamanho barbarismo mental sejam também imunes a outras imposições da consciência moral comum, como por exemplo o dever que um político tem de prestar contas dos compromissos assumidos por ele ou por seu partido. É com insensibilidade moral verdadeiramente sociopática que o sr. Lula da Silva e sua querida Dona Dilma, após terem subscrito o programa de um partido que ama e venera o aborto ao ponto de expulsar quem se oponha a essa idéia, saem ostentando inocência de qualquer cumplicidade com a proposta abortista.
Seria tolice esperar coerência moral de indivíduos que não respeitam nem mesmo o compromisso de reconhecer que as demais pessoas humanas pertencem à mesma espécie deles por natureza e não por uma generosa - e altamente revogável -- concessão da sua parte.
Também não é de espantar que, na ânsia de impor sua vontade de poder, mintam como demônios. Vejam os números de mulheres supostamente vítimas anuais do aborto ilegal, que eles alegam para enaltecer as virtudes sociais imaginárias do aborto legalizado. Eram milhões, baixaram para milhares, depois viraram algumas centenas. Agora parece que fecharam negócio em 180, quando o próprio SUS já admitiu que não passam de oito ou nove. É claro: se você não apreende ou não respeita nem mesmo a distinção entre espécies, como não seria também indiferente à exatidão das quantidades? Uma deformidade mental traz a outra embutida.
Aristóteles aconselhava evitar o debate com adversários incapazes de reconhecer ou de obedecer as regras elementares da busca da verdade. Se algum abortista desejasse a verdade, teria de reconhecer que é incapaz de provar a inumanidade dos fetos e admitir que, no fundo, eles serem humanos ou não é coisa que não interfere, no mais mínimo que seja, na sua decisão de matá-los. Mas confessar isso seria exibir um crachá de sociopata. E sociopatas, por definição e fatalidade intrínseca, vivem de parecer que não o são.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As voltas que o mundo dá

E-mailImprimirPDF
Deputado Luiz Bassuma, um dos políticos que foram punidos pelo PT por ser contra o aborto
A
té o dia 3 de outubro era mais fácil encontrar-se um esquimó surfando em Copacabana do que um petista que fosse contra o aborto. Claro que eles existiam, mas raramente emitiam um pio sobre o assunto. A defesa do aborto, dentro do partido, é cláusula pétrea, reiteradamente pétrea. Ser contra o aborto suscita pedidos de excomunhão das hostes partidárias, como aconteceu com uns dois ou três deputados federais que se meteram a criticar seus pares e a reprovar as decisões que tomavam a esse respeito. Esses parlamentares foram condenados a penas de suspensão, uma espécie de silêncio obsequioso ao longo do qual o filiado, entre outras coisas, não pode fazer discurso em nome do partido, participar de comissões nem votar em instâncias partidárias.

É o que acontece com quem se mete a reprovar o aborto e seus defensores dentro do PT. A poderosa Secretaria de Mulheres, uma espécie de dicastério, para continuar as analogias semânticas com a Cúria Romana, chegou a pedir, por esse motivo, a expulsão do deputado Bassuma, que acabou se desfiliando do partido. 

Em sucessivos congressos, o PT vem aprovando moções pró-aborto. Não satisfeito, criou um capítulo para o tema no PNDH-3, rumoroso decreto presidencial que propôs revoluções à Constituição Federal e foi integralmente aprovado, por unanimidade, no Congresso do PT realizado em meados de fevereiro deste ano. Os deputados petistas que integram a Frente Parlamentar em Defesa da Vida são constrangidos a bater em retirada. Teria muito mais, mas acho que chega para mostrar que o tema não é um assunto de gosto ou desgosto no partido da estrela. Quem se mete contra ele vai para o ostracismo. 

E tem que ser assim mesmo. Quando o PT defende o direito de abortar, está sustentando uma posição filosófica, política e ideológica, com consequências na vida social. Matéria grave. Pedro-Juan Viladrich, em “Aborto e a sociedade permissiva”, ensina que o abortismo ideológico vê as coisas da seguinte maneira: “Existe pessoa quando existe um mundo de consciência explícita, uma ordem de interioridade auto-consciente e um desabrochar da própria liberdade. Uma vez que não possui essas características, o feto talvez seja vida na perspectiva biológica, mas não é um ser humano do ponto de vista ideológico ou cultural; quem suprime um feto suprime vida biológica, mas não uma humanidade”. 

Compreendeu? Pessoa deixa de ser uma noção objetiva e uma realidade autônoma para se converter numa construção. Nas brilhantes palavras de Viladrich, tais ideólogos da cultura supõem que ao fazer uma “ideia de homem” estejam fazendo o próprio homem “à imagem e semelhança” de sua ideia e de sua vontade. E surge uma insuperável contradição. Só poderia criar o homem a partir de uma ideia quem pudesse criar a si mesmo a partir de uma ideia. Ora, o homem pode tirar-se a própria vida, mas não a pode dar-se; pode tirá-la de outrem, mas não a pode devolver. Por outro lado, não é a cultura que faz o homem (“porque a cultura não cria a si mesma”), mas é o homem quem faz a cultura. Logo, a cultura é a construção e o homem, o construtor. Quando a somali Ayaan Irsi Ali, autora do livro Infiel, chegou à Holanda como refugiada e percebeu que suas conterrâneas continuavam sendo surradas pelos maridos, botou a boca no trombone para exigir do governo holandês que fizesse valer seus princípios e valores para todas as culturas que acolhesse. E conseguiu. 

Quem é a favor do aborto coloca outros valores acima da vida humana, e derruba uma cerca inteira para a entrada do pensamento totalitário, para a revolução, para a recusa aos valores tradicionais. Por outro lado, ninguém precisa ser cristão para ser contra o aborto. Basta usar a cabeça com um mínimo de bom senso e respeito a si mesmo e ao próximo. Note-se, então e por fim: também para quem é contra, o aborto não é um tema de gosto ou desgosto. É questão essencial da humanidade! 

Pois veja, agora, leitor, as voltas que o mundo dá. Olhos postos no pleito do dia 31, está aí, o PT inteiro, se mobilizando para afirmar que Dilma Rousseff "é contra o aborto"! Explodiram a cláusula pétrea. Descobriram que o discurso pró-aborto faz perder votos? Mas quanto oportunismo!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

José Dirceu confessa: quem vai governar será o PT

Comentário do Cultura da Vida


De que adianta levar em conta opiniões pessoais da Dilma Roussef acerca de qualquer coisa se o José Dirceu já admitiu que quem vai governar o país será o PT? Portanto, se o caro leitor ainda estiver com dúvida se a Dilma é contra ou a favor da legalização do aborto (embora seja fato consumado que é a favor), procure ler os termos das diretrizes do 3º Congresso do Partido dos Trabalhadores - aonde são normatizadas as regras de governo para sua militância - e ficará claro o rumo que o nosso país tomará a partir da eleição desta polêmica candidata (para ver as resoluções que incluem a legalização do aborto, clique aqui)


Clique no link abaixo e escute com seus próprios ouvidos a notícia da jornalista Lúcia Hipólito sobre a confissão de José Dirceu. 


Pastor Silas Malafaia: A Verdade Sobre o 2º Turno das Eleições 2010

Em defesa do posicionamento do Pastor Paschoal Piragine Jr

Dilma, levando a incoerência as suas últimas consequências

Breve comentário do Cultura da Vida:


Antes do início da disputa eleitoral, Dilma Roussef se dizia pessoalmente a favor do aborto. Depois que vislumbrou a ameaça da derrota, se disse contra o aborto e vítima de quem afirmou o que ela mesmo havia dito (que era a favor do aborto). Agora, num lapso de total desespero, se diz contra o aborto mas a favor da descriminalização, tudo ao mesmo tempo. 

Dilma Roussef está levando a palavra incoerência a limites jamais visto antes "na história desse país"; é capaz de transitar por todo o tipo de postura e convicção em questão de segundos, insultando a inteligência e desrespeitando toda uma nação, ainda mais num assunto tão sério quanto o início da vida humana.

Ela é capaz de prometer que não enviará para a câmara projetos para legalização do aborto, de aparecer na TV se dizendo uma "defensora da vida" e dos "valores mais sagrados", e ao mesmo tempo não é capaz de se comprometer a vetar qualquer outro projeto de legalização do aborto redigido por qualquer outro parlamentar do nosso país e nem de pedir o engavetamento do PNDH3 endossado por ela quando ministra da Casa Civil. Quem se diz radicalmente contra uma prática que visa exterminar a vida de um ser humano na sua fase mais indefesa e termina a frase com um "mas", já mostrou que é negociador e que não merece confiança.

A seriedade não existe mais neste país, saiu correndo e foi se axilar além-mar, cansado de tanta injúria e ingratidão por parte dos filhos deste solo tupiniquim, esperançoso de que algum dia exista quem o queira de volta.

Deus tenha misericórdia de nós.




*********



Dilma a TV católica: sou contra aborto, mas realidade é outra






A candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, procurou nesta segunda-feira (11) se posicionar mais uma vez contra o aborto e prometeu que, se eleita, não enviará "nenhum projeto transformando legislação" sobre o tema. Mas ressaltou que existe uma realidade que precisa ser enfrentada.
"Eu, pessoalmente, sou contra o aborto...porque é uma violência contra a mulher e eu sou a favor da vida", disse Dilma, em entrevista à Rede Aparecida.
"Agora há um fato muito grave que acontece. Meninas jovens grávidas e mulheres jovens grávidas, sem marido e sem família, ou uma família muito desestruturada, que recorrem a práticas que a gente não apoia, mas a gente tem que reconhecer que existe", acrescentou. "Eu pretendo atendê-las, eu não vou prendê-las, vou cuidar delas."
O aborto foi um dos temas religiosos que afloraram na reta final da campanha e que, segundo avaliação de analistas e da própria equipe da candidata, custaram votos importantes em setores evangélicos e religiosos. Antes da campanha, Dilma defendeu a descriminalização do aborto.
A petista aproveitou para reclamar uma vez mais ter sido vítima de uma campanha onde não houve "uma discussão franca, olho no olho, em que as pessoas falam e as outras respondem".
E defendeu que seja feita uma mobilização nacional para valorizar a vida e reduzir os abortos realizados por quem não vê perspectiva para seus futuros filhos, por meio do fortalecimento dos laços familiares e mecanismos religiosos.
"Acho que as religiões todas podem dar uma contribuição de a gente criar uma proteção para explicar para essas pessoas que pode sim criar o filho, que pode sim educar o filho, que ele não vai ser abandonado".
A petista reconheceu que, em uma campanha, é preciso discutir além de propostas também valores, entre eles os religiosos, e argumentou que uma pessoa com fé pode governar melhor.
"Não acho que está proibido que alguém que não tenha fé seja presidente do Brasil, mas quem tem fé, eu parto do princípio que tem valores éticos, que tem compromissos éticos maiores, aqueles, por exemplo, que Cristo pregava, com os mais pobres".