quinta-feira, 12 de março de 2009

O ímpeto cego de uma repórter abortista

O site do jornal "O Globo" publicou uma reportagem de Cleide Carvalho sobre o caso de uma garotinha gaúcha de 11 anos que acaba de dar à luz a uma menina, numa caso semelhante ao ocorrido em Pernambuco. Mas com desfechos completamente diferentes! Provavelmente porque no caso ocorrido no sul do país não houve a perminiciosa influência das ONG's abortistas.

Leia a reportagem clicando aqui.

Chama a atenção o título da matéria: "Burocracia pode ter condenado menina de 11 anos estuprada em Iraí, no RS, a levar gravidez adiante".

O primeiro ponto que grita aos olhos é a afirmação de que a garotinha foi "condenada" a levar essa gravidez adiante.

Qual o motivo dessa "condenação"? Risco de vida? Não houve e o médico responsável afirma que as duas passam bem. Uma criança de 11 anos não compreende o que está acontecendo? Não parece ser esse o caso, a garota sabe muito bem a - utilizando uma expressão da própria - "relíquia" que tem em suas mãos. Dificuldades financeiras? Sempre aparece alguém que ajuda. E se for impossível, doa. Ao invés de matar a criança, entregue ela para uma instituição que a encaminhará para a adoação. Mas, segundo a família, a garota não quer nem saber dessa hipótese.

Mas ao ler a reportagem completa, nota-se facilmente que o texto não tem absolutamente relação nenhuma com a manchete! Pois na chamativa a repórter dá a entender que os responsáveis pela menina entraram com pedido para a realização do aborto, e não conseguiram por conta da burocracia. Mas vamos ver, pelo texto da própria repórter, que não foi nada disso que aconteceu!

A reportagem traz depoimentos do promotor Adriano Luís de Araújo e do delegado Antonio Maieron.

O primeiro afirma que "Em nenhum momento a discussão sobre aborto surgiu. Não tenho conhecimento de orientação médica, nenhum documento que diga que ela corre risco e que justifique o aborto, nem manifestação da família. Desconheço que alguém tenha pedido".

Na mesma linha, diz o delegado que "É uma gravidez de risco, mas a guardiã não tinha interesse, em nenhum momento chegou a falar em interromper a gravidez da menina. Ela ficou sabendo em dezembro, cobrou do marido e ele sumiu de casa. Ninguém se manifestou sobre aborto, talvez pelo estágio da gravidez, que entrava no quinto mês".

Ou seja, não houve burocracia ou desinformação nenhuma impedindo o aborto da criança no ventre de sua jovem mãe. Foi, nitidamente e conforme está registrado na própria reportagem de Cleide Carvalho, desejo dos responsáveis pela garota que essa gestação fosse levada adiante.

Corroborando isso, há ainda uma outra notícia no site G1. Nesssa reportagem está registrado o depoimento dos familiares afirmando que "a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. 'Nem dar (o bebê) ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar', conta a irmã de criação de 25 anos, que mora na mesma casa."

E o médico que realizou o parto e está acompanhado a garota garante que mãe e filha passam muito bem.

Gostaria realmente de enteder de onde a repórter Cleide Carvalho tirou a informação de que não houve um aborto por culpa da burocracia ou da desinformação. Não é isso que se depreende lendo a reportagem...

Muito mais do que apoiar a "opção" pelo aborto, essa repórter parece defender que tal procedimento deve ser obrigatório em casos como esse. O problema é que no ímpeto cego de defender tal coisa, a repórter se esqueceu até de manter a coerência entre a manchete e o texto de sua matéria.

Luiz Henrique Corrêa Mortágua