sábado, 14 de março de 2009

Carta ao O GLOBO, recebido por email

Repasso o belíssimo artigo da Helena, nossa amiga, enviada à redação de "O Globo".
Duvido que a publiquem na íntegra. Continuarão a influenciar a midia e a opinião publica para a liberação do aborto - assassinato de inocentes.
Pena que a nossa medicina não tenha logrado um tento, aguardando mais uns dois ou tres meses e salvando os gemeos. Sua mãe, púbere, e com o corpo pronto para engravidar, gestar e parir (embora com 9 anos) poderia ter a alegria de ver, brincar, e criar seus filhos. Eu mesmo realizei partos de meninas de 10 e 12 anos em meus 50 anos de obstetra e nunca precisei apelar para o aborto com o pretexto de "salvar vidas". Em pleno século XXI, com os avanços da cirurgia e das UTI s infantis isso esta alegação é mentirosa.
Aprovo totalmente as declarações da Helena Barreto de Macedo e repudio os dois crimes cometidos - o estupro e o homicídio- e a vulgaridade dos nossos dirigentes, que tem a desfaçatez e a hpocrisia de se dizerem "católicos". Tenham a coragem de pedir demissão deste título. Os fiéis católicos de verdade agradecem não ter que conviver com eles na mesma instituição.
Abraços
Vinicius Nelson - médico obstetra - CRM - RJ - 6452


À REDAÇÃO DO JORNAL “O GLOBO” - CADERNO “OPINIÃO”
A/C DOS ILUSTRES JORNALISTAS ZUENIR VENTURA E PAULO GUEDES

Helena de Farias Barreto de Macedo, esposa do leitor e assinante do jornal “O GLOBO” José Afonso Barreto de Macedo, há mais de quarenta anos, solicito o obséquio de encaminharem cópia desta carta aos Jornalistas Zuenir Ventura, e Paulo Guedes.
Desde já agradeço e coloco-me à disposição da Redação e dos Jornalistas, para eventuais esclarecimentos.
Ilustres Jornalistas.
Leio sempre os artigos desta coluna “Opinião” e admiro o conteúdo político que ela sempre contém, principalmente quando denuncia injustiças e corrupção no governo. A Democracia nos beneficia com esta prerrogativa de falarmos o que queremos e o que achamos. Só lamento que a Igreja não possa usar desta prerrogativa, mesmo quando fala apenas para os “CATÓLICOS”. Se um budista, protestante, judeu ou espírita lê os seus escritos e seus pronunciamentos, não deveria se incomodar com eles. Se a Igreja condena o uso da camisinha, por exemplo, os que detestam a Igreja como Instituição, deixem ao menos, que ela fale para os seus fiéis! Mas não. Ela “incomoda”, porque no fundo sabemos que ela quase sempre tem razão. Camisinhas furam e então se engravida, contrai-se HIV etc. O correto não seria praticar o sexo responsável, com seu parceiro/a numa união estável?
No Coliseu os cristãos eram devorados pelos leões para divertirem os romanos. Devem saber que hoje ainda morrem no mundo centenas de cristãos quando defendem os excluídos. (Irm. Dorothy lembram-se?) .
O Movimento Pró-Vida vai para as portas das clínicas oferecer ajuda material e psicológica às mães e tentar salvar seus bebês. Seus participantes são ameaçados de morte pelos seguranças, às vezes apanham, mas eles já salvaram centenas de vidas! São moças e rapazes que se prontificam e se empenham nessa luta. Um testemunho maravilhoso que à mídia não interessa mostrar.
Li nesta semana, vários artigos dos senhores e me entristeci ao ver como os Jornalistas (parte do povo também), andam insensíveis, na contramão da VIDA. Lutam pelo aborto, torcem por ele o tempo todo. Determinam quem deve ser eliminado e ponto final.
O governo e o Ministro da Saúde dizem que é problema de saúde pública. Matar crianças no ventre materno mudou de nome. Outros dizem que é problema de consciência de cada um. O mundo está cheio de consciências mal formadas, e aí? A Igreja não tem o direito nem de protestar?
Alguns se dizem favoráveis ao aborto apenas no caso de estupro; outros quando há má formação cerebral (anencéfalos que têm cérebro sim, porque comem, se mexem, riem, urinam etc.); outros quando há risco para a mãe (hoje quase zero diante dos recursos da medicina); outros que cada mulher possa livremente optar por fazer ou não fazer o aborto (são as deusas que decidem sobre a criação). Desculpas! Todos querem mesmo o aborto “geral”. As feministas se dizem “donas dos seus corpos” (e são. Mas não são donas dos corpos dos seus filhos). O governo que não tem condições de atender os velhos e doentes, quer criar a fila do ABORTO no INSS. Legal!
O nosso Presidente, com a 1ª dama, jogava camisinhas da arquibancada do Sambódromo para os jovens transarem à vontade, com qualquer um que “pintasse” no bloco. Se a camisinha furasse e a moça engravidasse, o governo faria um aborto “legal”. Que vergonha essa imagem levada mundo afora! Onde deveria haver programas de incentivo aos jovens pela maternidade e paternidade responsáveis, planejamento familiar para os casados, há o incentivo à “sacanagem” (desculpem-me o termo, é a indignação). Foram gastos (ditos na mídia), 40 MILHÕES em camisinhas e lubrificantes para os gays no carnaval. Enquanto isso, Santa Catarina espera ajuda para os desabrigados, escolas sem poderem funcionar etc., mas a Igreja não deve falar Nada, nem para os seus fiéis!
Mesmo as outras religiões cristãs que não aprovam o aborto não disseram nada. Deixaram os católicos apanharem sozinhos. Covardia pura.
A minha maior decepção é com os que se dizem “católicos” (mas na realidade não são), como o médico que realizou o aborto da menina de Alagoinha e o nosso Presidente da República. Nesse crime hediondo de um padrasto covarde, os únicos condenados foram os dois bebês (4 meses de gestação, se mexendo no útero da mãe, retirados, me parece que não por uma cesariana (porque a menina teve alta na manhã seguinte) e sim aos pedaços, cortados com uma tesoura parecida com aquela que corta frangos). Que horror! Deveria passar na TV esse filme de terror para as pessoas “acordarem”. Só o bispo se indignou e comunicou à Imprensa a pena AUTOMÁTICA que o Código Canônico (da Igreja Católica) prevê para este pecado que clama aos céus, por ser o pior deles: uma mãe que sacrifica o seu filho inocente, SEM POSSIBILIDADE DE DEFESA, SEM PODER AO MENOS GRITAR POR SOCORRO. Balela! Isso é fanatismo das velhas da Igreja! Drama para comover o povo! São apenas embriões... (esperem mais uns meses e verão esses embriões se tornarem lindas criaturas de Deus chegando ao mundo!)
Nenhum de nós se fosse fruto de um estupro gostaria de ter sido abortado.
E as leis duras para os bandidos? Quem dera... Cada vez mais abrandam, criam indultos, regimes semi-abertos, porque não querem construir presídios. Com esses 40 milhões construiriam vários presídios.
Não foi o Bispo que excomungou as pessoas envolvidas. Essa excomunhão é automática para quem participa direta ou indiretamente de um aborto. Na minha visão, muitos políticos e governantes já estão excomungados (em pecado grave), há muito tempo. Só falta o Presidente assinar a lei que permitirá o aborto no Brasil para também fazer parte da “lista”. Se realmente for católico, não se sentirá “confortável” sabendo que nem a unção dos enfermos (antigamente chamada de extrema-unção) poderá receber se não se arrepender e confessar seu pecado ao bispo (padre não tem poder de perdoar pecado de aborto). Quanto fanatismo da Igreja! Como ela está na idade da pedra! Será que os que querem a morte são os moderninhos?
O bispo que já é velho falou muito bem: “Um Holocausto silencioso”! Hitler matou 6 milhões de judeus e acabou a matança. No mundo matam-se 60 MILHÕES de crianças no ventre das mães POR ANO e no Brasil 1 MILHÃO POR ANO! Alguém precisa gritar e que seja a igreja, porque Cristo derramou o seu sangue na cruz, por todos (inclusive e principalmente pelos excluídos). Crença dos católicos.
É dramático? Um drama para a menina e a família? Sim. Mas o trauma de um aborto não terá sido pior? (a menina sabia que iriam tirar seus bebês e disse na sua inocência que a irmã ajudaria a cuidar deles). Os médicos dizem que ela não sabia de nada (acho que sabia ou então a imprensa inventou o que ela disse). E o risco? E o risco de uma ruptura uterina numa curetagem? E uma hemorragia? E um problema com o anestésico? NADA? Só uma cesariana daqui a dois meses seria um risco para ela? Ela estava bem, sem risco IMEDIATO de morte. Balela! Queriam o aborto.
Ouvi o médico e a enfermeira e refleti no que disseram: ”Jesus quer a misericórdia”. A mesma que eles tiveram pelos bebês? “Não é essa Igreja que o povo quer”. Quer uma que aprove o aborto? Espere sentado. O chavão: “E se fosse sua filha?” Que cada um seja fiel ao que crê e aja com coerência na sua vida. Não se trata de faça o que eu digo e não o que eu faço.
A opção pela morte desses bebês foi a solução encontrada para o caso.
Enquanto isso, na República do Peru, outra menina de também 9 anos de idade, deu à luz a um bebê de 2,5kg no dia 07.03.2009 (sábado passado), com toda a assistência do governo e da Igreja (a única que ajuda nesta hora) e passa bem, obrigada. Viva os peruanos! Viva a cultura da morte brasileira!
Garanto que se fossem duas baleias encalhadas numa praia, centenas de pessoas estariam em volta tentando salvá-las. Esta semana vi na internet que salvaram uma vaca que caiu num poço, mas salvar dois seres humanos, criados à semelhança de Deus? Nem pensar... Isto é coisa de católicos alienados e de uma Igreja retrógada.
É como o Jornalista Paulo Guedes disse nesta semana em seu artigo: “cada macaco no seu galho!” A Igreja não impede e nem pode impedir as ações do governo, mas pode e tem o dever de defender a vida desde a sua concepção até a morte natural. Como já disse acima, Cristo derramou o Seu sangue na cruz até a última gota por todos, inclusive e principalmente pelos abortados, os excluídos da modernidade (crença católica).
Estamos à espera da Páscoa. Que o Cristo ressuscitado nos traga a paz que todos queremos. Sem mortes inocentes.
Feliz Páscoa!(para os católicos, claro!)

Helena F.B.macedo