quinta-feira, 3 de julho de 2008

Estudo: bebês sentem mais dores do que se pensava

Da BBC Brasil

Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos sugere que bebês recém-nascidos sentem mais dor do que se pensava.

A equipe, do University College London, afirmou que os bebês demonstram dores ou desconforto não apenas quando choram, mas também quando dobram pés e pernas, arqueiam as costas, esticam os dedos e fazem caretas.

Os especialistas monitoraram a atividade cerebral de 12 bebês, alguns deles prematuros, durante o teste do pezinho - um procedimento médico doloroso que consiste em retirar algumas gotas de sangue do bebê para detectar possíveis doenças genéticas e infecciosas que poderão afetar seu desenvolvimento.

O estudo, divulgado na publicação científica 'Public Library of Science: Medicine', detectou que expressões faciais, como caretas, olhos espremidos e testa franzida já eram suficientes para indicar que os bebês estavam sentindo dor.

O choro, afirmaram os pesquisadores, apontava que a dor estava muito forte.

Preocupação
O monitoramento do cérebro ainda revelou que alguns recém-nascidos tiveram reações cerebrais associadas a dor mas não as expressaram por meio de respostas físicas, o que, na avaliação dos especialistas, levanta suspeitas de que os médicos podem estar "subestimando o quanto os bebês sofrem com dores".

A coordenadora do estudo, Rebeccah Slater, espera que o trabalho ajude médicos e pais a melhor identificar os sinais de dor por meio de expressões e movimentos corporais.

"Apesar de nosso estudo ser pequeno, aumenta a preocupação sobre as ferramentas que são utilizadas pelos médicos para estabelecer o nível de dor em recém-nascidos", disse a médica.

Ainda segundo a pesquisadora, o choro das crianças não é a melhor forma de avaliar sua dor.

"Elas choram quando estão com dor, mas também o fazem quando estão com frio, fome, cansadas ou estressadas".

"Então só porque um bebê está chorando não significa que esteja com dor. Além do mais alguns nem choram quando sentem dores".

BBC Brasil